Mais uma opinião para provocar reflexão(ou turbulência)
Excerto retirado da revista VIDA SIMPLES(Out.2008)
Haja paciência
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Cerca de 30 anos atrás,o trabalho era hierarquizado,com funções e tarefas bem definidas.
Hoje o trabalho é em equipe, com diversos graus de chefia e prazos cada vez mais rigorosos.
"Embora o treinamento empresarial ensine a ser combativo, pouco fala da reflexão" diz Alexandre Santilli...
Aquele momento mágico de olhar a situação de fora e tentar ver todos os seus aspectos para encontrar a melhor solução.
A falta desse olhar pode gerar ansiedade, tomadas de decisão
meio "tortas", irritação e impaciência- com o chefe,os colegas e até com a moça que serve o café...
Ritmo próprio
Claro que se a pressão fosse menor, a vida seria mais fácil. Só que, com esse formato de"mais com menos", é quase impensável parar para refletir, observar o furacão de fora.
Mas não é impossível."É preciso desenvolver a noção do tempo de resposta,entender como funciona nas pessoas e ter disponibilidade para compreender o que há por trás de cada um"(A.S.).
A relação com o outro(em qualquer nível) requer uma atitude que demanda paciência:o esforço de nos colocarmos no seu lugar para compreender o que se passa com ele e seu tempo de reação.
E essa exigência de paciência também é com você, porque não é fácil desligar a chave geral da correria para viver um momento humanista.
............."A paciência está ligada ao tempo e ao ritmo de cada um.As pessoas devem prestar atenção porque em geral passam por muitas coisas sem enxergá-las",afirma a psicóloga Neusa Sauaia....
......A esses estressados, a terapeuta mostra que impaciência é uma forma de autoviolência porque eles não se ouvem para saber o que querem, do que gostam."Eu os aconselho a criar um mecanismo que lhes permita terem um tempo só para si.Como se tirassem férias de cinco minutos ou meia hora todos os dias.
..............,o tempo é elemento de peso no aprendizado da paciência.Mas não o tempo que corre no relógio.
O tempo para a vida acontecer é outro. Trata-se do tempo natural, que rege o funcionamento da Terra, do universo........."As pessoas precisam observar mais a natureza e aprender com ela"diz Neusa Sauaia.
"E preciso ler os sinais que a vida traz"(N.S.)......
"Se as pessoas fossem mais espiritualizadas teriam valores mais humanistas"(A.S.)
É preciso estar disponível, de fato, para o outro.Entender o que ele precisa.
Às vezes ele nem solicita muito.Quer desabafar, contar uma história, jogar conversa fora.
Só que as pessoas andam tão impacientes que nem a isso se dispõem. Porém sempre é tempo(ele de novo!) de mudar, experimentar algo diferente: como aprender a ser paciente e perceber a vida acontecendo.
3 comentários:
Vixe!!! Num tive paciência pra ler esse, não!! kkk.
Bjs, Liane.
Certamente ninguém discordaria, no nível individual, das recomendações recolhidas por Dinah na VIDA SIMPLES, no entanto a abordagem de várias das referências de que se vale o longo artigo da revista é marcadamente individualizante – ou seja, transferem para o indivíduo a responsabilidade e a solução de um problema que diz respeito ao universo social. Se não chegam a fazer um a apologia da ordem de coisas existente, na prática, estimulam disfarçadamente um conformismo.
É como se nos recomendassem: é assim mesmo, adapte-se e tente não enlouquecer.
Em tempos que já vão longe o nome seria "despolitização".
O mais bem intencionado ergonomista não vai muito além disso.
Peguntaria, o que leva uma empresa a contratar - por exemplo - os serviços de um psicólogo organizacional? – Ameaça potencial ou efetiva à produtividade da empresa. Ao fim e ao cabo, o que o patrão quer é que todos voltem da dinâmica de grupo ou do consultório sempre mais produtivos e eficientes.
Para um psicólogo, um psicanalista, um antropólogo ou um consultor de empresa, escrever livros no conforto do gabinete receitando paciência é fácil, contudo, antes de recomendá-la aos funcionários, caberia perguntar se estamos dispostos a abrir mão de sequer uma fração da afluência de bens e serviços. Falando genericamente, enquanto consumidores e espectadores, não nos importamos com as regras que regem o trabalho por trás dos muros e escritórios de uma empresa ou de uma instituição desde que, ágil e eficientemente, nos forneçam os serviços que demandamos. Queremos nossos brinquedos não importa o preço de quem os produz – mesmo que os produtores estejam a um passo do psiquiatra ou do suicídio.
Reconhecer os efeitos negativos do estresse competitivo é clichê com o qual todos concordamos , porém ficamos colados à tv, mesmerizados pelas façanhas inúteis de Michael Phelps.
Não carece de forçar a teoria do caos para enxergar a relação existente.
Não sei se há alguma saída, mas se ela existe, tenho certeza de que não passa pela literatura de auto-ajuda e coisas semelhantes.
Não me surpreenderia se esse tipo de literatura – sempre lucrativa – recebesse novo impulso nestes tempos de crise.
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[Liane,exercite a paciência e deixe de lado essa preguiça baiana.]
Pois eu venho fazer coro com Liane e dizer que ainda estou esperando um "tempo de calma" pra ler esta opinião e entende-la.
E acrescento: Ler o comentário do Nerd Mor só com duas vezes mais tempo de calma...
Beijão
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