segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A cantante e poemas afins

Ontem,Teatro Castro Alves...uma mulher,grande, mas frágil como uma criancinha, amparada em ambos os lados, entrou no palco parecendo não conseguir atingir a altura do encontro que se propunha fazer acontecer.Falou um pouquinho...quase não a escutei. E foi aí que ela abriu a voz !
Vocês querem saber o que é VIDA? Querem saber o que é ALMA?
Daquele ser frágil surgiu a GRANDE MULHER, a legítima representante da alma latina que encanta o mundo...mais que isso...cada mulher que a ouvia, ali, sentiu-se vivida naquelas palavras cheias de sentimento, palavras fortes, provocadoras, cortantes como facas( Belquior,1973),que atingiam a nós todos, e a mim,fazendo-me chegar às lágrimas (confesso!) quando cantou "Alfonsina y el mar".Trouxe-me de volta a história da poeta que cansou de buscar o Amor no universo masculino tão distanciado do desejado pela alma feminina.
Alfonsina Storni (1892-1938) foi-me apresentada por uma amiga argentina( não foi o Google),
que, entre emocionada e desconsolada, me falou do momento decisivo da Vida da poeta quando ela desistiu de continuar buscando por algo que não encontrava e, lentamente, entrou mar a dentro, talvez a buscar o GRANDE POEMA que ainda não tinha escrito..ou o Amor...
"sabe Dios que angustia te acompanhou...penas e silêncios...Com tu soledad, que poemas nuevos fuiste a buscar..." assim se expressou Violeta Parra tentando entender...Magistral melodia com versos à altura da musa inspiradora.

Deixo para vocês trechos de um poema de Alfonsina que me marcou profundamente quando ainda quase nada conhecia da Vida e de Amores...

TU ME QUIERES BLANCA
Tú me quieres alba,
me quiees de espuma
Me quieres de nácar,
que sea azucena
Sobre todas, casta.
De perfume tenue,
Corola cerrada.
.............................................
Tú me quieres nívea,
tú me quieres blanca,
tú me quieres alba
Tú, que hubiste todas
as copas a mano
De frutas e mieles
los lábios mojados
Tú, que en el banquete
....dejaste las carnes
festejando a Baco
Tú ,que en los jardines
negros del engaño,
vestido de rojo
corriste al Estrago.

Tú que el esqueleto
conservas intacto
no sé, todavia,
por cuales milagros,
me pretendes blanca
(Dios que te lo perdone)
Me pretendes casta
(Dios que te lo perdone)
Me pretendes alba!

Huye hacia los bosques;
Vete a la montaña;
Limpiate la boca,
vive en las cabañas.
Toca con las manos
la tierra mojada.
Alimenta el cuerpo
com raiz amarga.
Bebe de las rocas.
Duerme sobre escorcha.
Renueva tejidos
con salitre e agua;
Habla com los pájaros
y lévate al alba.

Y quando las carnes
te sean tornadas,
Y quando hayas puesto,
en ellas, el alma
que por las alcobas
se quedó enredando,
Entonces, buen hombre,
Preténdeme blanca,
Preténdeme nívea,
Preténdeme casta.
............................................................................................
Não desejo comentar...não cabe...estretanto peço desculpas per algum erro de ortografia.

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