sábado, 13 de junho de 2009

PASSADO...PRESENTE...FUTURO...

As viagens através do tempo são sempre enriquecedoras...O passado desvela lembranças que nos devolvem momentos, nem demasiadamente tristes, nem intensamente alegres...São instantes envolvidos por uma membrana de cores suaves, impedindo-os de se tornarem aquilo que realmente foram,no seu momento próprio.São como fotos desbotadas...

O presente fala alto...Pela sua constituição, os fatos, os sentimentos, os desejos
recentes ocupam maior espaço no nosso interesse, na nossa atenção.
E, sem essa de dizer que o presente já passou quando acabar de escrever esta frase!
O presente é um embrulho que desenrolamos devagar para aproveitar ao máximo as surpresas que ele traz em si...ou não se chamaria presente.

O futuro é uma espera...Só podemos possuir dele uma vaga idéia...ou um desejo.
Cabe-nos esperá-lo, predispostos ao inesperado.

"Os deuses criam-nos muitas surpresas:
o esperado não se cumpre, e ao inesperado um deus abre o caminho."
(Eurípedes)
O alicerce do futuro, por mais que o ser humano tente controlá-lo, na sua vaidade incontrolável, o alicerce, repito, é a incerteza.

Nas histórias pessoais, aí sim, há uma só e única certeza...mas ninguém gosta de falar sobre ela.Uma pena!

BAÚ

Um velho baú fechado
no sótão abandonado:
Ali se guarda de tudo.
O que talvez ainda preste
O que já não serve mais.
Fantasias amassadas
lembranças emurchecidas
de um passado saboroso.

Um par de brincos, quebrado
-já foi jóia preciosa.

Um vidro de perfume cheio
de um vazio remissivo.

Duas flores ressequidas
dentro de um livro, perdidas,
elos de amor febril
- hoje não têm importância.

Fotos velhas, desbotadas,
e, talvez, algumas lindas!
...que ainda fazem ressonância.

Máscaras, máscaras, máscaras
de carnavais superados.
Coisas tristes, agradáveis,
engraçadas, descartáveis...
Uma mixórdia encantada,
o baú que descrevo a ti.

E esses poemas-mix
que no momento te escrevo.

***********************************

O presente está envolvido pelo espectro da POESIA...

Não sei...Não sei...

Talvez
fazer poesia seja só regurgitar
(pra não dizer vomitar)
o que, durante certo tempo,
ou durante a vida inteira,
tenha sido ruminado...

Ou parir
filho gerado com paciência...
e cuidado.
Ou revelar um segredo
durante anos guardado
em muito bem fechado cofre.

Talvez seja desnudar a alma.

Talvez
abrir janelas fechadas
para que nova paisagem
assuma seu lugar no olhar...

Talvez
cantar canção nunca cantada
...ou apenas repetida...
repetida...repetida...

Seja o que for,
fazer poesia é
(por vez primeira ou de novo)
- VIVER!

**************

Depois...

Quando minha palavra se esgotar
e conduzir-me, inevitavelmente, ao silêncio,
estarei então livre, pronto para partir
deixando atrás de mim um rastro
que já não me pertencerá.
Deixando o caminho aberto
pra que alguém, em sua busca,
serenamente se oriente,
sem nem sequer perceber
quem foi que passou na frente..

Assim deve ser.





Nenhum comentário: