domingo, 12 de julho de 2009

O Vôo da Poesia


Foram nove dias longe do meu reduto, o que significa deixar exilada de mim, uma parte essencial do meu jeito de viver...Os meus livros, meus discos...
Os filmes que gosto, o telefone, que sustentam os momentos mais significativos
do meu cotidiano.

Mas não desperdicei o tempo...aproveitei para me reaproximar de algo que me é um bene cosi caro: pintar!

Assessorada por Sandrinha andei vasculhando a Grécia Antiga, na internet (ainda prefiro os livros!)
- templos, estátuas do período helenístico...uma viagem!
E dessa viagem ainda não retornei de todo...

Tenho imaginado as suas musas observando esse nosso mundo contemporâneo, com um olhar divino, capaz de varrer a História desde muito antes, desde O Início...

E nessa aventura as musas têm nos inspirado, a nós, seres simplesmente humanos, a fazer registros.

Calíope, Euterpe,Érato, Polínea, as deusas especialmente dedicadas à Poesia, não dormem, e deixam seu rastro na Literatura, através dos tempos.

As Três Graças, Eufrosina, Aglaé e Talia, deusas do banquete, da dança, das belas-artes, foram cantadas por Spencer:

Ofertam as três ao homem os dons amáveis
Que ornam o corpo e ornamentam a inteligência:
Aspecto sedutor, bela aparência,
Voz de louvor e gestos de amizade.
Em suma, tudo aquilo que, entre os homens,
Se costuma chamar Civilidade.

Até que as Parcas, no seu ofício de tecer o fio do destino humano, venham, com suas tesouras inexoráveis, interromper o destino de cada um de nós, poetas...ou não!

Deixem-me registrar
O vôo da Poesia

Corpo, sangue, alma e divindade
...sem isso a poesia não convence.

Olha a matéria cósmica,
Vê o fluxo dos astros,
Escuta a voz das estrelas
a brilhar no firmamento.

Assiste a explosão da terra
parindo o pequeno cardo
e a espantosa castanheira.

Sente pulsar o coração
que altera o próprio canto,
em mágica compulsão,
ao desesperar de amor.

Vê a lágrima que escorre
brotando de divina fonte
(é olho d'água anunciante)
mensageira de prazer e dor.

Silencia, chora e grita
ante o sangue derramado
em oceano de dor, gerado
pelas desumanidades.

Contempla o que a Arte faz
dignificando a História
no que ela tem de mais belo:
a expressão da alma humana.

...E o místico penar do homem
em busca do Absoluto,
sonhando com a Perfeição.

A Poesia, em paralelo, acompanha...
Do ser humano é a expressão mais comovente.
É ela a linguagem do Infinito, e é ela
quem melhor diz do que nós somos.









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