quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Marcha da Quarta-feira de Cinzas

Olá!!!

E lá se vai a ILUSÃO virando a esquina, prometendo voltar ano que vem...

E quando a Ilusão se distancia, deixa em seu lugar a ESPERANÇA.
Sim, porque há sempre no coração das pessoas uma talvez discreta ( ou gritante) insatisfação com a realidade do cotidiano.

Carlos Lyra e Vinicius de Moraes foram, como sempre, geniais :

Marcha da Quarta-feira de Cinzas

Acabou o nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações saudades e cinzas
Foi tudo que restou.

Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri, se beija
e se abraça e sai caminhando
dançando e cantando cantigas de amor.

E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
E alegrar a cidade.
A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir
Voltou a esperança
É o povo que dança,
contente da vida,
feliz a cantar.

Porque são tantas coisas azuis
e há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para dar
e que a gente nem sabe...

Quem me dera viver pra ver
e brincar noutros carnavais
com a beleza dos velhos carnavais
Em marchas tão lindas
e o povo cantando seu canto de paz.

Baden Powell e Vinicius
completam:

É melhor ser alegre que ser triste
A alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração...


(Principalmente se não vier "engarrafada"!)


Mas não vale desanimar, afinal, "pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza, senão não se faz um samba, não"... Nem poesia!

Um feliz resto de ano para todos...Ou será que o ano começa agora?!


domingo, 14 de fevereiro de 2010

Aviso aos navegantes

Justificativas virão a seguir, mas o grande aviso é:

www.vamoscirandar.wordpress.com

é a nova casa onde serão cantadas e dançadas as nossas cirandas.

Explicações dadas pela administração do “condomínio” (Bel, que administro tecnologicamente este blog de Dinah):

O Haloscan é o grande responsável pela mudança. Explico: Instalado neste blog desde os primórdios, ele foi, junto com os posts, cenário para belas ou homéricas discussões (no bom sentido, claro!) entre os leitores e a blogueira, e mesmo os leitores entre si. Tornou-se, então, uma atração à parte, O blog sem a caixinha do Haloscan não seria o mesmo.

Só que… o Mr. Halo fez tal como o traficante, que oferece as primeiras doses de graça, para depois, consumada a dependência, cobrar – e caro – pelo objeto do vício. Não seria problema, se, ao pagar (10 dólares/ano), tivéssemos acesso AO MESMO SERVIÇO.

Fato é que eu (Bel) caí nesse vício, e literalmente, paguei pra ver, com medo de ficar sem meus maisdenãoseiquantosmil comentários em 4 anos de blog. Os tais 10 dólares anuais se mostraram um completo desperdício, pois o sistema para o qual fui obrigada a migrar, para não perder os comentários, é um labirinto sem saída para quem quer comentar. Nem todo mundo consegue a sorte de abrir o box, e menos leitores ainda conseguem comentar. A insatisfação é geral. (Vejam aqui o desespero de instruções para os meus leitores, e que não adiantaram muito.) Assim sendo, migrei, de malas mas sem bagagens (meus comentários não foram! buá!) para a plataforma Wordpress.

Desde então fiquei matutando sobre o que fazer com o Vamos Cirandar. Só encontrei uma solução: Migrar também, e levar as bagagens na mão grande. Estou ainda copiando comentário por comentário para as antigas postagens do blog no novo endereço, tenho até o dia 12 de fevereiro para fazer isso, data limite imposta pelo Mr. Halo para jogar no lixo tudo de bonito, engraçado e carinhoso que escrevemos em suas [agora] malditas caixinhas.

Falta [relativamente] pouco, de janeiro a agosto de 2009, os meses iniciais e finais já estão lá. E, para não me dar mais trabalho, [hehehe] qualquer comentário agora deve ser feito em www.vamoscirandar.wordpress.com .

Nossa poeta ainda está sem instruções detalhadas sobre como postar lá, e enquanto isso não acontece, vamos trabalhar com assistência remota: Ela me manda as postagens via e-mail, e eu coloco no lugar certo. Não é o ideal, mas é temporário. E como diziam os antigos, “o que não é pra sempre nóis sofre.”

Por gentileza, peço que alterem nos seus “favoritos” e também nos seus links o novo endereço da Ciranda. Ainda estou “arrumando a casa”, mas já podem começar as visitas!

Beijos mis,

Bel

sábado, 13 de fevereiro de 2010

É O AMOR OUTRA VEZ



Ando com pena do AMOR
Parece-me ser o mais solitário dos seres.
A vagar em busca de um pouso,
andando, voando, mergulhando
ou apenas se arrastando...
Resistência suspensa por um fio,
sem encontrar um único coração vazio.

De nada lhe adiantou seus poderes.

É um deus exilado,
sem porto, sem ninho,
sem descanso.

Sem rosto, é um forasteiro
que não merece confiança
e a quem negam acolhimento.

As hospedarias estão
abarrotadas de outros viageiros
- deuses menores, espalhafatosos,
invasores de todos os espaços,
atraindo para si os louros
do espetáculo.
Palhaços.

E vai o AMOR seguindo
o seu caminho.
Longe do picadeiro
de uma vida que lhe é estranha.

Um deus vencido, derrotado
pelo sucesso fácil,
pela vulgaridade do obsceno,
pelo falso brilho do obscuro.

E há quem concorde comigo:

" O amor sozinho vagava.
Sem mais nada além de mim...
numa eternidade inútil."
( Cecília Meireles)

Epa! Não me parece que eu esteja usando as lentes adequadas...Nem a Cecília!

É verdade que a sexualidade tem tentado substituir de vez a sentimentalidade.
Mas... é batalha perdida.

O tempo do "ficar", do "amor casual", do relacionamento inconsequente (deveras cheio de consequências abusivas) está batendo de frente com uma atitude vigorosa...
Sem o peso da moralidade vitoriana, as pessoas percebem que vale a busca do parceiro(a) que satisfaça, não só o corpo, mas que realize também aquele algo mais que preenche um cotidiano rico em experiências a dois.

E há tanto o que descobrir nesse relacionamento sem dominações nem subserviências , sem explorações de parte a parte, sem as pequenas indiferenças que vão sufocando, aos poucos, o promissor sentimento original.

Eu creio nisso, e torço por isso.

Esta postagem tem endereço certo.E dedicada a Bel e Masca, por quem sinto uma especial ternura e a quem desejo todo bem do mundo.

Eles nos garantem: "É possível!"

Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro também sabem:

É o amor outra vez
Veio sem avisar
Foi abrindo o portão
desse meu coração
pra me visitar
Pôs a mala no chão
Acendeu meu olhar
Me beijou com paixão
Me trouxe um perdão
que me fez chorar.

Quando o amor se hospedou
Todo o mal se desfez
Toda dor teve fim
Pois quem cuida de mim
é o amor, outra vez.

É o amor que dá vida
ao meu peito
Pra eu jamais ver o tempo passar
É o amor que dá paz
ao meu leito
E me ensina a sonhar
Só o amor faz um bem
tão bem feito
Que o destino não vai desmanchar
Só uma coisa no amor
não tem jeito:
É ter medo de amar.

Mas agora que eu sei
Todo bem que me fez
Vou seguir sua lei
No meu peito, meu rei
é o amor, outra vez.

Se o AMOR é tão lindo na poesia, imaginem na vida real...

( A melodia é belíssima , vão ao CD de Bethânia - TUA - para conferir!)