segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Como conquistar a supremacia da Paz… SE

… as religiões se digladiam
… as gerações se rejeitam mutuamente
… as nações reforçam suas fronteiras
… os diferenciados poderes competem pelo seu próprio domínio
… as economias só sabem conjugar o verbo sugar
…o ponto fulcral ante o desconhecido é  a  desconfiança
… o sentimento dominante nos relacionamentos é o medo
… a ambição humana é insaciável
.. cada indivíduo e, por extensão, cada nação, acredita ter o monopólio da verdade
… a indiferença ou o desprezo é, muitas vezes, a retribuição ao gesto da mão estendida
… muitas vezes, a mão estendida esconde uma arma mortífera
Diante disso,  pequenas guerrilhas particulares e grandes combates políticos ou militares pipocam em todos os quadrantes deste nosso sofrido planetinha azul.
”Quantas guerras terei que vencer por um pouco de Paz?”
Bem sei da importância dos cientistas sociais que analisam causas e efeitos da funesta necessidade bélica dos seres humanos.
Claro que reconheço a competência desses cientistas que, com sua terminologia adequada, escrevem páginas e páginas esclarecedoras sobre o assunto. Nem lhes chego aos pés!
Mas há um ponto, um único ponto, um pontinho de nada, que considero de suprema importância, e sobre o qual eles nunca puseram os olhos.
E eu não posso me calar!
A POMBA como símbolo da Paz. Eis o que penso:
Presença incômoda
Antipáticos pombos agitados
invadem sem licença os telhados
sem terem sido convidados.
Fazem incômoda algazarra,
(pois eles são passarões)
espantando os passarinhos
que muito antes chegaram
para encantar o espaço
colorindo e musicando
as terras do meu jardim.
- Que tremenda diferença
diante dos colibris!
Pior que a chuva de excremento
(já nem posso usar a rede)
é esse canto agourento
que não significa nada,
só serve pra azucrinar…
Uma idéia me ocorreu:
Acho que a Paz não se anima
a descer por sobre o mundo
devido ao rosto constrangedor
que lhe foi atribuído.
Um símbolo que emporcalha tudo!
Pai do Céu que me perdoe
…do pombo quero distância!
E me lembre de, jamais,
amar como dois pombinhos!
Lamento se, de alguma forma, desagradei os meus leitores… porém tenho, como advogado de defesa, um alguém cuja voz possui um valor inestimável:

“Deus sabe que, entre gatos e pombos, eu sou francamente pela primeira espécie.Acho os pombos um povo horrivelmente burguês, com seu ar bem disposto e contente da vida, sem falar na baixeza de certas características de sua condição, qual seja de, eventualmente se entredevorarem quando engaiolados.”

(Vinícius de Morais)

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