sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sem volta - 2 anos depois


No mais alto da montanha

o gesto definitivo.

Agora não há mais volta,

o que está feito, está feito.

Rasgado o forro da almofada

as plumas pertencem ao vento…

Não cabe arrependimento.

plumas3

Em cada pluma, uma história…

Em cada história, um sentimento…

Em cada sentimento, a alma.

Assim

a alma do poeta

fez-se pássaro,

fez-se nuvem,

fez-se gota de orvalho

a revigorar a noite.

Liberdade – borboleta

perdeu-se em discretos rodopios,

sem limites,

sem controle,

sem fronteiras…

O infinito horizonte

é seu caminho.

Campos e vales

seu destino.

Impossível ao poeta

recuperar o que era seu.

Rasgado o peito,

a alma se evadiu

…mas não se sente só nem triste.

Em algum lugar distante,

quem sabe, num curto gesto,

uma delicada mão,

recolhendo-a suavemente,

vai lhe dar toda atenção.

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Pois é!

Diante das exigências do meu ainda restrito público, eis-me aqui, em rede, conversando com vocês.

Timidamente estendo as mãos. Deve haver, em algum lugar, alguém querendo dançar uma ciranda (não confundir com a ciranda global!!!). Refiro-me à ciranda que oferece o contato amigo, a presença sempre frontal que obriga o olho no olho, o que expressa confiança. A mão na mão faz circular energias inexploradas… o ritmo lento e constante não cansa jamais. Aquele passinho, que parece retroceder, apenas demonstra que não há pressa.

É, a ciranda, o real sentido da vida que escorre lenta para que se tenha tempo de fazer amigos.

Pena que tenhamos esquecido isto… e, muito apressadinhos, por vezes nos perdemos.

Mas vale a pena relembrar, nesta conversa com você.

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Vale , não a pena, mas O PRAZER de relembrar…

Este post acima foi o primeiro, a mensagem com a qual iniciei o blog Vamos Cirandar,há exatamente dois anos .

Eis-me aqui, hoje, para agradecer a frequência de todos os meus leitores a este local pretenso de levar palavras que , em algum momento, acrescentam um pouco de prazer aos que me ouvem.

Vocês não imaginam como eu gostaria que a nossa “casa”, a “nossa” sala, o nosso jardim , e por consequência o nosso blog , fossem ambientes de alto astral, mesmo quando os enfoques fossem “nublados” por culpa da tendência de quem lhes fala, a se deixar envolver por fortes emoções.

Acredito, mesmo, que as alegrias e as tristezas (por que não?!) da Existência precisam de um portavoz…Acho que os grandes valores desse círculo estão entre os músicos (letristas e melodistas) do nosso cancioneiro.

Como não me incluo nesta constelação de astros com luz própria, permito-me lançar ao vento as palavras com as quais venho alimentando este espaço.

E agradecer, com imenso carinho, aos que aqui aportam. Um beijo.

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