quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A ANGÚSTIA


A ANGÚSTIA de D. DINAH

Que terrível acontecimento se fez REAL, na madrugada de hoje? Seja lá o que tenha sido deixou marcas talvez indeléveis.Marcas que, se feriram MAGO, também me feriram.

Mago amanheceu com o “rosto” todo destabocado…não são GRANDES ferimentos, mas são umas 5 ou 6 pequenas marcas onde o pelo foi arrancado e até o couro foi atingido.

Ele brigou!Com certeza ele brigou!!!Mas…com quem? Por quê?Oh!céus!Eu o obriguei a dormir no lado de fora e vejam no que deu!!!


Agora seu maravilhoso aspecto-perfeito está marcado talvez para sempre! Tenho que aceitar esta injustiça, pensando:deve ser o resultado de um rito de passagem…É uma pena, mas são coisas do CRESCIMENTO!Tenho que me conformar.

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“Que terrível acontecimento se fez REAL, na madrugada de hoje?”
Nonada: coisa comum corriqueira.
É preciso passar adiante a herança genética; gerar descendência; crescer e multiplicar. Aprender a arte marcial do gatofu e botar pra correr os rivais.
Model é mestre consumado. Nem me preocupo.
Bálsamo Pierson pr’as bicheiras eventuais, e vida que segue felinianamente…

Jucemir

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SOCOOOOORROOO!!!!!!!!!!!!!MAGO SUMIU!!!!!!!!ACHO QUE FOI TIRAR A FORRA , destruir O MALDITO QUE DESFIGUROU O SEU “ROSTO”!!!!!




Que vai acontecer desta vez? Enquanto eu conversava com Anabel, ao telefone, ele saiu de mansinho…e se picou no mundo!!!!!
Oh! Céus!!Oh! dor!!! Oh! Vida!!!Que posso fazer para impedir que esta maldita HERANÇA GENÉTICA venha destruí-lo???

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Ele reapareceu…do nada! Da mesma forma em que sumiu…De repente ele se enroscava nos meus pés sem que eu percebesse de onde veio…É algo fantástico e fantasmagórico!

Como era de se esperar, novos ferimentos, agora, na conjunção das articulações dos membros anteriores, nas costas, naquela simpática “corcundinha” que se move lentamente a cada movimento…(um amor!)…agora, ferida também!Imagino algum imbecil querendo atingir seu pescoço querendo matá-lo! Como vou poder suportar tais agressões?

A pergunta que não quer calar:


Será que, na avaliação “custo-benefício”, vale a pena tais aventuras????


Chegou morto de fome, macambúzio,cansado,abatido…Teria ganho o embate? Ou está apenas apanhando?

Agora assisto o repouso do guerreiro,ali, no meu sofá, como quem retorna ao ventre materno de onde retirará novas forças para ir gastá-las em embates (infrutíferos?), quando a noite chegar…


Haja coração!!!


Senhor Deus , dai-me forças…e a ele também!

Estas são as agruras de quem adotou, sem pedir nem desejar, o mais belo espécime de GATO SIAMÊS que se possa imaginar! Amar doi…é verdade comprovada, através dos tempos!


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

IMAGEM DESOLADA

Vejam só, meus amigos, quanta tolice pode sair da  imaginação de um(a) poeta, a partir de um mínimo episódio do cotidiano.


Insignificante descuido de uma dona-de-casa distraída (ou atenta?) é capaz de dar origem a um canto triste (de tristeza real ou fictícia, isto importa pouco) – o que importa é poder cantar…


Imagem desolada

A um canto da geladeira
algo ia perdendo o viço a cada dia
Mais pálido
Mais murcho
Mais sem lustro
Mais sem vida
…e não era uma pera!
Não queria ser visto,
atrás de outros objetos se escondia,
Sem seiva
Sem suco,
Sem sangue,
Sem poesia,
pensava-se esquecido
…não era uma pera!
Da pera, um pouco da forma, absorvia
…mas não era a pera.
Por falta de uso
Por falta de alimento
Por falta de sustento
Por falta de atenção, ele morria
…era o meu coração…



O que causa admiração é o atestado de validade que lhe confere o proeminente e respeitado pensador/escritor francês, Roland Barthes, que se debruçou sobre o perfil estrutural do discurso amoroso, identificando todo o processo através do qual o amante, o ser apaixonado, se expressa.


Afirma Barthes: “Seu [do apaixonado] discurso existe, unicamente por ondas de linguagem que lhe vem ao sabor de circunstâncias ínfimas , aleatórias.”


Dentre os “cacos” do discurso amoroso analisados por ele, um é especialmente encastoado na poesia acima (Imagem Desolada):


“Na ausência amorosa sou, tristemente, uma imagem descolada que seca, amarelece, encarquilha-se.”


De onde se pode concluir que, uma pera murcha, esquecida na geladeira, pode ser, sim, uma metáfora de um coração em agonia motivada pelo abandono.


P.S. Melhor para vocês, apaixonados, é ler “Fragmentos de um discurso amoroso” do acima citado autor.


Ficarão surpresos por se verem desnudados, sem dó nem pena!


Eu, particularmente, me “divirto” muito, lendo-o. 


Outro livro que recomendo, pertinente ao assunto: “A ética de uma paixão” de Mª Luiza Nora, recém lançado pela Editus.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Pingos de auto-ajuda


Do que a vida tem me ensinado numa caminhada que parece longa, mas que percebo agora: foi rápida! Muito rápida!

É preciso cuidado.

É preciso cuidado para não avançar além dos limites…e é preciso atenção para reconhecê-los – eles são, na maioria das vezes, internos, pessoais.

É preciso o cuidado de não dizer palavra forte para ouvidos fracos.
É preciso o cuidado de não exigir…pior ainda se a exigência for maior que as possibilidades.

É preciso ter cuidado de olhar por onde se pisa…um caminho sempre inclui a possibilidade de retorno, mas talvez as dificuldades sejam imensas ao tentar a meia-volta.

Arriscar demais é perigoso…contudo, estagnar-se é suicídio lento.

A coragem permite avanços imprevisíveis, mas só a concentração permite alcançar o alvo.

A vida passa rapidamente, é preciso treinar os sentidos e a sensibilidade para vê-la no que nos oferece de melhor…porque , o pior, este nos invade sem pudor,sem pedir licença.

Não se trata de fechar os olhos para o que nos magoa e , sim, não permitir que isto sobrepuje o que nos faz feliz.
A face escura e a face luminosa da vida nos envolvem, fazendo do cotidiano um jogo de escolhas.
O que nos faz felizes é sempre muito simples, embora o simples seja o de mais difícil alcance…nós o confundimos com o insuficiente, e o rejeitamos.
Fazer do simples um método de crescimento exige criatividade (de preferência sem nenhuma ansiedade).

O cotidiano é tido como banal, sem atrativos, sem glamour, quando não, sofrido. Visão de quem olha para a vida através de uma névoa dominada pelo menosprezo. Então a vida, para estas pessoas, mostra-se assim mesmo (questão de reciprocidade!).

Atentar para a vida através da claraboia do prazer e da criatividade, certamente, atrairá a luz que faltava. Se, em vez de uma simples vigia, uma janela é escancarada, aí então, tudo pode acontecer: desde a brisa benfazeja, os bons ventos, os chuviscos, as chuvas fortes; a luz do sol, dos raios e relâmpagos ; o som dos pássaros, das gentes, dos trovões, enfim, da vida em plenitude!
Todas as cores são belas porque o arco-íris é belo!

É assim que a vida se apresenta para todos,mas nem todos assim a enxergam.

São, estas, reflexões e experiências pessoais... talvez não lhes sirva para nada… Talvez.