De volta ao meu aconchego venho, na companhia de Walt Whitman, contar dois segredos que definem algo da minha maneira de ser. Ou será que estou enganada? Ou será que estou enganando vocês?
Walt Whitman (1819-1892) , poeta, ensaista e jornalista norte-americano, considerado como inovador e criador do "verso livre" e de desconhecido lirismo subjetivo, fez da sua poesia um hino à vida.
Foi ele mesmo quem aconselhou:
"Não faça citações nem referência a outros escritores. Não entulhe o texto com coisa alguma, deixe-o fluir levemente como um pássaro voa no ar , como um peixe nada no mar." Como eu não escuto conselhos, divido com ele esta minha mensagem.
Me disponho a passar para vocês
O GRANDE SEGREDO
Foi há muito, muito, muito tempo atrásque aprendi a ler e a escrever,terreno onde a poesia, um dia, iria brotar. No entanto, tantos anos se passarampara que alguma coisa viesse a acontecer.Foi necessário uma vida, tanto caminhar,rosário de vivências e...morrências,Foi preciso aprender a enxergare só depois, com muita paciência, destilar, gota a gota,o sumo das experiênciasno licor da vida refletida. Mas não é na palavra (nem dita nem escrita)que o esplendor ocorre.O grande segredo, suprema revelação:É no silêncio que a minha alma fala...É no silêncio que a tristeza morre...Assim eu penso, assim eu escrevo. E vejam o que escreve o nosso poeta, acima citado:
"O dito e o escrito não provam quem sou.Trago a plena forma e todo o resto em meu rosto.Com meus lábios caladosconfundo o maior dos céticos." (W.W.) "Eu me contradigo?Pois muito bem, eu me contradigo.Sou amplo, contenho multidões." (W.W.)E eu, poeta menor, o acompanho nas minhas contradições:
Sim, sou somaSoma de sustos e de sombrasSoma de anseios e silênciosSoma...Sonhos? Não mais que soprosSopros sumindo no horizonteHorizonte sem sustentaçãoEstranha sensaçãoOnde o horizonte?Onde?
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